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NA JANELA

NO ÍNTIMO AS BRUMAS SILENCIAM MAIS QUE O VENTO
NO VERSO A FRENTE OCULTA AS TRAMAS MAIS QUE A NEBLINA
A IMAGEM TRANSPARECE NO ESPELHO AO CONTRÁRIO
MAS EM MEUS OLHOS O BRILHO NÃO ENTRA
AS PALMAS SE ERGUEM À TESTA E SE TOCAM
A FLOR DA PELE NÃO NEGA
A FOLHA ARREMATA PEDAÇOS DE MIM NUM CONTRASTE QUE A PALAVRA NÃO ALCANÇA
SOMENTE ELA NÃO ALCANÇA
TUDO O MAIS FICOU SEM PRECISAR SOM
AS BRUMAS ME INVADEM MAS PERMANEÇO
O MOVIMENTO NÃO DUVIDA
É OBLIQUA A META ALCANÇA O ALVO
A VOZ CALA MAS O VENTO CONTINUA
PRODUZINDO O SOM DAS FOLHAS E DO CAPIM
A LUA CRESCENTE JAZ NO HORIZONTE DA MINHA JANELA
NA JANELA DONDE VEJO
O SILÊNCIO DO ÍNTIMO
O VERSO DA NEBLINA QUE A IMAGEM CONTRÁRIA REFLETE E ENTRA NAS PALMAS QUE SE ERGUEM
A PALAVRA NEGA O QUE SOMENTE ELA NÃO ALCANÇA
OS PEDAÇOS DE MIM INVADEM A META QUE O MOVIMENTO ELUCIDA E CONTINUA A VOZ DO VENTO
O SOM DAS FOLHAS E DO CAPIM
NA JANELA DONDE VEJO A LUA.

LIEBE LIMA (07/1996)

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