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Solidão

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O dia que fugi de casa

O dia já amanhece quando acordo, viajamos a noite inteira a caminho de Cuiabá e agora o ônibus serpenteia pela serra de São Vicente. Florestas de babaçu me fazem sentir que estou mesmo longe de casa. Aqui não existem bois pastando e em minha ruminagem meu estômago arde só de pensar no que não sei que me espera. Será que ele vai me reconhecer quando me ver? E se ele não se lembrar como será a boca do mundo que se abre pra mim agora? Me mastiga? Me engole viva? A beira da estrada aquela gente oferecendo pequi, palmito de babaçu. Me faz lembrar minha avó. Como pode gostar de algo tão amargo? Gueroba....como diz ela. A esta hora ela já deve estar acordada e nunca mais vai me ver...num volto mais lá... Começo a avistar as placas grandes com as propagandas de caminhões anunciando a chegada na cidade, to chegando... to chegando... E quando chegar? Sei que ele mora perto da igreja em cima do morro. Será que ele ainda estará lá? Antes de decidir pra onde vir, cheguei à rodoviária

Sabiá

Sabiá fez morada em um ipê na porta de minha casa Logo cedo começa a cantoria de louvação ao sol. Só meu coração que não. Liebe

Solidão

Canção

Àgua que cai macia... Cada gota que cai é uma história que conta borboleta que avôa como se azul não fosse cada vento que vôa... é uma cação que pousa... Assim vou tocando as horas nas cordas da minha viola... cada hora que passa  é uma lembrança que sôa... Liebe

Linha de croncreto

Saltitar nessa avenida pela fila que me espera encontra-te nela...quem me dera! Saltitar pelos canyons de concreto onde brilha o sol poente dessa tarde de inverno. Sou a fera que te bole Sou narciso que te espelha tantos boles, boles noves fora zero e eu nessa solidão esparramada fim de dia saltitada para que passes e enfim me escolha. se de passado não passaste a pura imaginação arrefeço o futuro dessa paisagem na palma da mão em que tal linha de concreto me arma de infinita gratidão!!! Liebe

Lua nova

Eu saí para beber a tarde embriaguei-me dela que exausta de entardecer-me enoiteceu deixando um traço de lua nova no céu enluei-me toda nela. Encantei-me tarde de sua cor carmim. Liebe

Caminheiro...caminhante

. Caminhante, caminheiro... Veja as núvens de promessas que se formam lá no cèu e que se transformam cada vez que a corrente de vento muda a direção... Cada vez que a vida diz não... Caminheiro errante acompanhando o vento que te leva pra cada vez mais distante desse porto de onde só se parte... Com a angústia de saber se  para sempre um cavaleiro errante... sina de violeiro que jamais se viu no espelho. Liebe

A cidade

Eu não tenho medo da cidade...restam nela tantas tardes, tantos sonhos diferentes, noite em claro sem cansaço nem ranger de dentes... Amo suas luzes... Minhocão na madrugada... Solidão acompanhada pelo infinito de lâmpadas que indefinem o obvio e o obscuro... havendo sempre uma avenida pra seguir em frente. Eu penso: Será que você vem?

Folclore

O medo que senti na infância de adentrar o céu espelhado na poça de água, agora me parece um imenso medo de crescer e enfrentar o bicho papão que me parecia ser a vida.  Embora a intuição me dissesse, eu não sabia que era preciso tanta  coragem. Aos 14 anos viajei para Cuiabá ao encontro de amigos que eu havia feito em Barra do Garças ainda na infância. Meu pai era delegado nesta cidade, onde acabei passando alguns períodos que deixaram muito boas lembranças. Lugar por onde passa a grande e misteriosa Serra do Roncador, divisa de Mato Grosso e Goiás, confluência dos rios Garças e Araguaia onde teve início a Expedição Roncador-Xingú empreendida pelos irmãos Villas Boas na década de 40. Barra do Garças foi cravada à beira do rio Garças e a população ribeirinha cultiva muitas lendas que ninguém arrisca para saber se é verdade ou não. O boto cor de rosa, que é um peixe muito encontrado na região, tem um comportamento inteligente e brincalhão, os pescadores de lá acreditam
Agora, com água em minha terra... um poço para desejar e festejar enlaces e quimeras Quisera estivesses aqui, viver ao meu lado esta coisa posta em peito e sustentação. olharmos juntos para as folhas velhas e ver os canteiros cheios de plantação. Begônias entretidas na mata, promessas de aricás no terreiro, borboletas coloridas fazendo piruetas e  eu sentindo o cheiro do que sempre foi meu. Olho pra isso e meu desejo é de entregar-me ao chão de pé, moirão e touceiras em capim de vento. Esparramar-me em tudo que é  torrão de terra... Esporão de vida... cerrado que me encerra  bruta nostalgia. Liebe

É preciso mais

Limpando o quintal - colocando os olhos e os pés na terra do meu coração Desejos não bastam para tirar a dor... Ter braços não bastam para alcançar alguém... Comer pão não basta para matar a fome... Ter lábios não bastam para beber o cais... Deixar lembranças não bastam para encontrar a paz... Pra viver o amor é preciso mais! Ungir-se de infinito céu sem quedar-se ao chão nas amarras de só querer querer querer Quem sabe um dia viver o amor... Liebe