Pular para o conteúdo principal

Nesta manhã


Os cílios me repetem a ilusão de olhar e ver,
tanto que quis e acho que até fiz, noutros tempos,
uma meia música pra você.
Se existe verdade, eu não soube
usar a luz sem lentes
que essa verdade visse.
Foquei uma cor imaginada
que meu daltonismo deslumbrou tantas vezes,
na curva de uma mesma estrada.
Nesta sinto dor, dor de querer fechar os olhos
pra essa visão medonha de não ver.
Quero beber da cegueira exata de esquecer...
Pasmem...
Dia passa...
E lá estou eu, pronta,
repetindo a ilusão de olhar...
Acreditando ver
sem ter nunca visto.


Liebe

Comentários

Anônimo disse…
Que linda!! Amei! você é realmente especial! um beijo! Paulinha Mica.

Postagens mais visitadas deste blog

Marina...você se pintou Por Maurício Abdalla

Marina,... você se pintou? Maurício Abdalla [1] “Marina, morena Marina, você se pintou” – diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o “grito da Terra e o grito dos pobres”, como diz Leonardo. Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias? Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as “famiglias” que contr

Fitas coloridas

Uma feira de fitas coloridas e esbanjaste suor no tambor, viajante em águas santas é procissão de nosso senhor. Poeta de palavras vazias esquecido de quem sou tens na palma da mão uma flor que o tempo murchou. O samba que fizeste nínguem mais canta o chapéu que usaste o vento carregou em volta da fogueira que a estrada apagou. Liebe Lima